Um dia meti-me numa aventura para a qual não estava minimamente preparado. Fui convidado a ir a Espanha, perto da fronteira com Portugal fazer uma caminhada que realizam anualmente e cativa muita gente da região espanhola e alguns portugueses. Sem ter sequer ideia no que me ia meter aceitei ir com uns amigos portugueses mais ou menos habituados a fazer caminhadas e com quem até já tinha ido uma ou duas vezes. Isso me fez imaginar que quem fazia as nossas caminhadas também fazia a de Espanha e fui muito animado manhã cedo pois era altura de verão com temperaturas ao sol superiores a 40ª C. Regularizadas as tramitações burocráticas lá arrancámos. E eu ia tirando uma foto aqui e outra ali. E ficava para trás, e recuperava. E lá iam os meus amigos numa passada parecia que iam numa corrida. E mais não digo, logo no arranque eram para aí dois quilómetros de subida íngreme em terra e pó, tipo estrada. Eu quando acabei a subida já ia a pedir descanso. Só faltavam 28 quilómetros. Perdi os meus companheiros. Juntei-me a um grupo de uma senhora espanhola e uns jovens entre eles um italiano. E lá fui andando. Até que a certa altura eu e a senhora ficámos sós, os jovens foram cada um para seu lado. E nos perdemos, e em vez de virarmos, seguimos em frente...
Bem, estive a ver as fotos que tirei a estas fotos e pude testemunhar que elas são exactamente iguais às mesmas plantas do lado de cá da fronteira. Isto pôs-me a reflectir sobre tantas divergências entre um e outro povo, durante séculos, e imaginei que os espanhóis se fizerem uns testes minuciosos acabam por ser pessoas iguais aos portugueses. Para quê tanta guerra?
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