



O mau tempo e o teu desdém
A chuva e os ventos e o vazio
De sentir-me irremediavelmente desprezado
E os silêncios de uma condenação a estar só
Veio o vendaval, vieram os relampagos
Os sons furiosos em sobressaltos nos céus
Águas milhentas salpicadas com gritos e fúrias
Sobre mim
Enquanto deixava de ouvir segredadas
As palavras com que antes me saudavas
Perdia o sorriso com que sempre me recebias
E deixava de sentir o abafo teu, o teu toque
Foi a tempestade que tudo tragou
E me deixou para aqui, só,
Enquanto entre a luz e o ribombar
De milhentas lutas revoltas no céu
Perdia, sem remédio,
O sabor dos teus beijos
E o calor de um abraço teu
Foi tragédia, foi cataclismo
Foi infernal hecatombe, fim de tudo,
E no meio de uma formidavel tempestade
Entre águas e ciclones, puxada de mim
Te perdi para sempre
E entre a escuridão e as sombras perdidas
Aqui estou só e sem ti,
No escuro, ao vento, à chuva, só. Sem ti...


Sem comentários:
Enviar um comentário