Kampus de Ideas
" Dois excessos: excluír a razão, só admitir a razão. " Blaise Pascal
24 dezembro 2022
02 maio 2022
02 março 2020
Breve abordagem à ideia de Deus
Li com muita atenção um pequeno texto em que uma jovem amiga atribui a Deus digamos a força, o ânimo, a companhia, a protecção e o garante de uma vida cheia de fé em caminho da felicidade.
O tema daria para muitos livros e muitos pensadores têm ideias diferentes uns dos outros sobre a existência de Deus e qual o seu papel na nossa vida.
Tenho para mim que não cabe ao homem falar rigorosamente de um Ser Perfeito sendo o homem um ser carregado de imperfeição. Simplesmente podemos imaginar, pensar, idealizar, crer e ter fé.
Pelo mundo fora os povos e nações têm deuses diferentes. Como justificar que o Deus verdadeiro é o meu e não o do vizinho?
Para mim que durante muito tempo tentei me debruçar sobre este assunto vastíssimo que são as religiões e as espiritualidades, confesso, sem inquietação, que quanto mais procurei descobrir mais dúvidas e incertezas encontrava.
Mas Deus existe sim. Sobre isso não tenho qualquer dúvida. Não estou seguro, nem ninguém pode estar é de como é, onde está e o que faz ou não.
Também não tenho qualquer dúvida que Deus e Amor têm significados muito similares, sendo que onde Deus está existe amor, e do mesmo jeito, onde existe amor Deus está presente.
Depois também tenho a certeza que somos feitos à semelhança desse mesmo Deus criador. E Ele nos deu exactamente o amor para sermos como Jesus Cristo anunciou, sermos criados à sua imagem e semelhança.
Assim Deus está em nós, e nós - aqui entra o nosso livre arbítrio e o que decidimos ou não fazer desse amor que naturalmente enche todo o nosso ser - somos o amor que Deus nos deu e o divino que existe em nós.
Por isso quando sentimos amor, somos mais felizes, quando sentimos a companhia do amor protector de Deus sentir-mo-nos sem medos, mais fortes, com mais ânimo. Por isso ao acordar nos sentimos fortes pois estamos com o amor divino e confiamos. Ter Deus em nós, acreditar nele, beber e alimentar-mo-nos do amor divino, e o dar-mos aos nossos semelhantes, nos faz seres mais felizes e melhores.
Na essência é pois Deus, que é tudo, e nós fazemos parte desse todo absoluto.
Estarei sempre interessado e mobilizado a abordar e estudar todos estes assuntos que escapam ao crivo da ciência mas, contra teorias e teses espalhadas em milhares de estudos, é matéria que supera e está muito para além da ciência.
Apenas está para lá do que é permitido ao ser humano conhecer.
03 fevereiro 2018
AMOR PERFEITO, EXISTE?
Sobre o amor perfeito eu diria o mesmo que Platão, nós não o conhecemos, mas ele existe, nós apenas dele temos ideia. Primeiro temos sempre a tentação redutora de associar amor, amor perfeito, a um amor entre dois seres carnais, humanos, tradicionalmente homem e mulher, mas que pode, e já ultrapassou essa barreira do género, esquecendo que o amor ultrapassa em muito essa situação, que é maravilhosa, sobretudo, prefiro desigá-lo assim, quando estamos perante um amor feliz.
O amor é o divino. Deus é amor. O amor de Deus, como Deus segundo René Descartes, é perfeito, razão bastante para o filósofo racionalista que defendia só existir o que podemos comprovar, abstinha de comprovar, ele, um ser imperfeito, a Perfeição. Deus é pois a Perfeição. E é Amor. Ele mandou seu filho Jesus à terra feito homem para explicar aos homens três coisas; amor, perdão e eternidade.
O amor perfeito é pois o amor divino. Mas...
O divino existe em cada um de nós... temos, e isso nos disse Jesus, as possibilidades de fazer o que ele fazia, e os seus poderes - "a tua fé move montanhas" - e morreu por nós.
Nós temos amor, como temos o bem e o mal. O amor perfeito, seria o bem elevado à potência mais absoluta, de tal modo que deixasse de existir qualquer mal. Coisa de mestres divinos, santos. e outros seres absolutamente extraordinários.
Mas nós, cada um de seu modo tem uma gigantesca força de bem... independentemente da força de mal que cada um não controle. Temos amor para com a nossa mãe. É o nosso primeiro amor. Depois com o pais. Com os irmãos. Com os amigos. Com as namoradas. Com a mulher ou o marido, com as pessoas a quem queremos bem, temos amor à natureza, à arte, ao sol, aos dias bonitos, à música. E, curiosamente o primeiro passo seriamente responsavel na busca de um amor que se aproxime do amor perfeito tem que se voltar para dentro de nós. Temos de nos conhecer. Temos de nos amar. E só depois de nos amarmos, de termos em potência o amor em nós, livre, forte, puro, podemos amar os outros, ou este ou aquele, sem ser por necessidade ou por qualquer ligação ou interesse. Será por vontade.
Com amor, se todos amássemos os outros, o mundo não seria o que é. Com amor não haveria guerras, nem violências, nem fome, nem injustiças, nem com toda a segurança a grande maioria das doenças. Com amor, de cada um, e de todos o paraíso seria aqui, na Terra. Amariamos o outro, o mundo, a vida, a terra. Perdoariamos e seriamos perdoados. E estariamos amorosamente na eternidade, com a serenidade e paz, de seres quase perfeitos, e estariamos no caminho seguro do AMOR PERFEITO. Boa noite, eu sou um homem simples, que apenas gosto de pensar. Não sou nada nem ninguém. Sou um homem, amo e vivo tranquilo. Nada mais.
12 dezembro 2017
Os deuses no Olimpo decidiram que os mortais deveriam ter um dia todo seu e todo especial. Nesse dia estariam mais despertos os sentimentos que os costumes e os condicionalismos da existência. Nesse dia falaria o coração, e assim, seriam autênticos deuses, com poderes sem fim e sem limitações. E no aniversário do homem tudo era magia, até mesmo desde esse tempo, no firmamento brilha uma estrela com maior intensidade festejando o evento singular. Depois, os deuses deram lugar a outros deuses, vieram as ideologias e as religiões, vieram as vaidades e os interesses, o poder e a glória, e perdeu-se, na confusão de tudo, o amor. Perdido o amor ficaram para sempre os sonhos de alcançar a felicidade. Que mais tarde alguém divino veio explicar que não tinha sentido ser apenas num dia, mas seria nosso para sempre. O homem já estava condicionado, formatado, educado de modo a seguir outros que tomou por modelos. Não mais encontrou o amor que existe sem fim dentro de si. Nem o entendeu. Tudo se foi perdendo em ilusões, tristezas, violências e ficou a fome e a guerra...
04 dezembro 2017
O NATAL ESTÁ EM CADA UM E É ETERNO: O AMOR PURO NÃO TEM CALENDÁRIO
Eu fui a Fátima e comprei lá um Presépio de uma só peça. Ele está na minha sala em lugar de destaque todo o ano.
Para mim o Natal é quase que a redução do amor sem limites a uma encenação comercial, e a uma lavagem rápida de consciências.
Eu não tenho nada de santo, pelo contrário, na minha atribulada vida fui muitíssimo imperfeito e cometi muitos erros. Com a idade fui percebendo, entendendo, e arrependi-me. Foi um processo.
Hoje não tenho raivas nem rancores, nem aos meus inimigos. E os tenho poderosos e em bom número.
Estão nas minhas orações.
Creio que o homem se desviou do caminho e Cristo ensinou tudo, deu tudo, para que o homem na terra encontrasse a felicidade.
A terra não teria nunca de ser o vale de lágrimas nem um local de sofrimento.
Deus é amor, é perdão é dar-mo-nos aos outros. Com amor, não haveria guerras, fome, pobreza, violências, a maior parte das doenças...
Mas o homem preferiu dedicar-se a outros interesses.
Nós temos Deus em nós. Cristo se deu e fez-se homem. Eu o amo profundamente, e deploro como a inteligência e o livre arbítrio afastaram o homem da racionalidade e de ser feliz.
Mais grave ainda, além de andarmos há milénios a destruir-nos, uns contra os outros, sem qualquer justificação aceitável, ainda nos damos ao aberrante sacrilégio de destruirmos com as nossas civilizações e vaidades, a Terra, o lugar maravilhoso, lindo, onde Deus nos veio dizer através de Cristo onde poderíamos ser felizes em liberdade, harmonia e paz.
A terra, a mãe Gaia está moribunda, em agonia.
Natal é sempre que o amor está. Eu amo, sinto o amor, por isso estou cada vez mais longe dos homens e mais próximo de mim e dos animais.
Cada dia que durar gostaria de dar-me aos meus três pilares; amor, justiça e paz.
Os homens mataram Cristo, hoje o matariam de novo, e eu sendo apenas uma simples pessoa um pouco diferente - talvez idealista ou irrealista -, imperfeita, luto com empenho e teimosia pelos sonhos e ideias que acalento.
Os meus inimigos não entendem. Procuram perder-me.
Acho que não têm culpa, e cada vez compreendo melhor a expressão maravilhosa de Jesus "Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem".
Um dia, talvez muito em breve, deixarei de andar aqui. Já vivo na mais completa solidão e abandonado pelos que mais amava. Acho que quando deixar de estar por aqui, estarei onde Deus quiser e a sua vontade será feita.
Vivo à espera desse dia. Sereno, vivo o que terei de viver e irei no tempo certo...
Tenho pena. O mundo podia ser diferente. Os homens podiam dar-se todos e plenamente. Podiamos desconhecer as guerras, as violências, a pobreza, e tantas aberrações que a nossa racionalidade manteve e alimentou.
Todos nós somos culpados da destruição e da violência. E podiamos ser felizes. Uns e os outros. Todos....
29 novembro 2017
A vida são imensos conjuntos de momentos ou instantes que se adicionam e de repente deixam simplesmente de existir. Tudo foi demasiado rápido. Só a relatividade ou aqueles momentos que pareceram não querer findar nos deram em alguns marcos mais importantes da nossa vida a sensação de que permaneciamos e iriamos ficar. Como a borboleta, exatamente igual, a existência é pequeníssima, e tal qual como ela buscámos enquanto existimos e conforto e a beleza das cores e da luz, ou andámos perdidos no meio de sombras. Depois, quando tudo acaba começa a vida nas pradarias infinitas verdejantes ou nos bosques eternos. Só depois o amor prevalece. E seremos imortais. Neste instante somos partículas perdidas em busca de um sol doirado e do tal calor que o amor promete mas muitas vezes só existe em nós. Desejo muitas vezes encontrar o raio de luz. Sentir o calor. Dar asas aos sonhos. E sonhos às revoltas que os pensamentos não conseguem condicionar. É o que vale na nossa existência a irreverência, a dúvida, as perguntas e o caminho. Sabemos muito pouco mas muitas vezes parecemos papagaios debitando sacrilégios e doutos fazendo asneiras. Busquemos pois, o sol, as cores e o calor. A eternidade espreita. O amor ali nunca morre.
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