Os deuses no Olimpo decidiram que os mortais deveriam ter um dia todo seu e todo especial. Nesse dia estariam mais despertos os sentimentos que os costumes e os condicionalismos da existência. Nesse dia falaria o coração, e assim, seriam autênticos deuses, com poderes sem fim e sem limitações. E no aniversário do homem tudo era magia, até mesmo desde esse tempo, no firmamento brilha uma estrela com maior intensidade festejando o evento singular. Depois, os deuses deram lugar a outros deuses, vieram as ideologias e as religiões, vieram as vaidades e os interesses, o poder e a glória, e perdeu-se, na confusão de tudo, o amor. Perdido o amor ficaram para sempre os sonhos de alcançar a felicidade. Que mais tarde alguém divino veio explicar que não tinha sentido ser apenas num dia, mas seria nosso para sempre. O homem já estava condicionado, formatado, educado de modo a seguir outros que tomou por modelos. Não mais encontrou o amor que existe sem fim dentro de si. Nem o entendeu. Tudo se foi perdendo em ilusões, tristezas, violências e ficou a fome e a guerra...
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