01 novembro 2017

Reflexão sobre o que desconheço da ideia de independência da Catalunha



Podemos até ter uma ideia aproximada do fim de toda uma "aventura" que parece acabar mal, mas obrigatoriamente para percebermos a essência de todo este folhetim temos de ir à história, ir ao fundo, quando se levantou o problema e por que motivo existe. Não me parece fácil discutir este assunto. A comunidade internacional praticamente em bloco aniquilou as esperanças separatistas do povo da Catalunha, não reconhecendo o seu direito à independência e o governo espanhol - já é tradicional nos espanhóis - resolveram o caso rapidamente e em força. Sei que tudo começa por volta de 1460, quando Isabel de Castela casa com Fernando de Aragão e Catalunha. Os reis católicos vieram a conquistar Granada, e com exclusão de Navarra, que desconheço quando foi anexada à Espanha, foi, pode diozer-se unida a que conhecemos Espanha. Juridicamente o que se passou, desconheço? Do casamento resultou uma união de estados, um género de federação ou confederação? Há sempre o direito à autodeterminação dos povos? Os catalães são um povo? Uma nação? A Constituição de Espanha não diz tudo. Como a nossa Constituição de 1933 também não dizia, e Amgola, Moçambique e... tornaram-se independentes. E não se falou de Constituição, mas do direito legítimo dos povos das ex-colónias se governarem e serem independentes. Acho que nenhuma das partes deixou ou quis mostrar a legitimidade. O referendo que na minha modesta opinião é o acto mais participativo em democracia deveria ter sido feito e sob regras de máxima isenção. O governo de Madrid não deixou, não quis saber o que os catalães pensam. E os catalães também não me parece que em grande rigor se preocupassem muito com a divisão profunda que existe no seu próprio território. Para mim, que sou livre de expressar-me acho que quando os povos desejam ter autonomia e ela se fundamenta em razões históricas válidas, não é o texto constitucional de quem oprime que valora sobre o desejo de liberdade. Mas também entendo que cada vez faz menos sentido com a magnitude dos problemas que se vivem no globo, ambiente, guerras, pobreza, assimetrias regionais profundas, se fuja exatamente da única solução que posso vislumbrar eficaz. Deixar as fronteiras e os países por questões simbólicas, tradicionais e históricas, mas desarmar o mundo e existir um governo global com armamento convencional. Tal governo deveria ser composto por homens de ciência, sábios, pensadores, místicos, filósofos, gente que trabalha em grupo e que procura em conjunto soluções. Os políticos e as religiões levaram o mundo ao abismo total. Quanto tempo mais temos de vida na terra? Uma geração? Duas? E andamos a discutir coisinhas de uns e de outros. Andamos a fabricar armas e vender para manter guerras. Não me parece o caminho. Eu sou um homem simples, mas acho que chegou a hora das pessoas perceberem que há milénios que andam enganadas por gente que as tem conduzido a um beco sem qualquer saída. O homem tem de mudar. Só a paz, o amor, a justiça alimentarão um homem renovado, alterará nações e povos e permitirá que todos juntos tentemos ainda, e em desespero, cuidar da terra. Parece-me. Honestamente a Catalunha é um fait-divers. E vivemos inundados de coisas para nos distrairmos do essencial. Essa foi sempre a tática do caminho do mundo.

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