03 novembro 2017

NÃO DEVEMOS OBSTACULIZAR A LIBERDADE DE MUDAR










Queria que num instante, inexistente, se desse a revolução absurda e a liberdae autêntica nunca consagrada plenamente ao ser humano. 

Quando o homem é livre?

Uns dizem que o homem nasce livre. Mas apenas uma fugaz ideia insustentável de liberdade se pode associar ao animal que nasce dependente de e para tudo e por imenso tempo de apoio e proteção de outém.

Não tem a liberdade ao nascer, pois nasce sem que seja possível atribuir ao novo ser aalgo que possa ser imputável ao momento do nascimento e ás condições em que foi gerado. Nada, absolutamente nada lhe é, apenas acontece e se tornará.

Durante a vida inteira - e tudo vai sempre depender de imensas circunstâncias - raramente poderá sentir-se verdadeiramente livre. Imensos factores vão determinar as suas características, a sua educação, os seus conhecimentos, cultura, religião, ideologia, a sua relação consigo e com os outros. Raramente estará livre do condicionamento que é constante e permanente do ambiente social, do meio em que vive, das condições físicas que possui, da sua consciência mora, ética e cívica, das exigências do tempo, do lugar, do espaço. O espaço de manobra efectiva é diminuto. Tudo foi programado, está organizado, formatado, pode iludir-se julgando a liberdade equiparável ao conjunto de decisões e opções que vai se deparar a todo o momento. Mas, mesmo entrando pelo caminho escolhido, abandona um onde estava condicionado por regras, comportamentos, por outro onde podem mudar as regras mas elas continuarão, elas vão sempre reduzir a sua liberdade.

Até a morte que é o único acontecimento absolutamente garantido ao ser que vive, lhe escapa entre as mãos, não lhe cabendo, ou tendo mesmo essa capacidade legal, de decidir o seu fim e como e quando deseja colocar termo na sua existência. 

É um absurdo um homem não poder decidir, livre e em consciência, quando e como deseja terminar. Querendo que esse fim seja de sua livre e responsável vontade.

Contra tal assunto que muito se discute e não é pacífico na generalidade dos países do mundo, dos civilizados aos menos desenvolvidos, dos onde a religião é oficialmente cuidada, respeitada e seguida aos estados absolutamentre independentes da religião, a morte, que é tão natural como a vida, torna-se, ou pode tornar-se um desejo insatisfeito, uma vontade não realizável, uma decisão que o homem quer concretizar mas que outros impedem, que a sociedade não permite, que os médicos rejeitam, que as religiões desaprovam, que as éticas, a moral a as cidadanias e outros factores inviabilizam.

Até para morrer o homem não é livre, a não ser que seja um revolucionário, e um agitador, um ser agressivo para consigo mesmo e tyenha de praticar contra si mesmo uma agressão ou violência tal que retira no acto final o valor e a dignidade que se pressupõe ter em vida.

O que a ética tem a ver se o homem deseja morrer num determinado momento, assume responsavelmente essa decisão, deixa clara essa vontade, e por motivos que são seus - deve ter que responder perante si e a sua consciência - e não devem ser levados ao crivo de outros?

A ética preocupa-se com a convivência, não é pessoal. A ética pode e deve ter aqui um papel se existirem razões objectivas e claras em que a morte de alguém é mais prejudicial a outros que manter-se vivo. O exemplo, hipotético, um pai pode decidir morrer eticamente num momento reprovável se dessa decisão resultyar um prejuízo grave aos filhos, à esposa. Pode, então sim, verificar-se um conflito de direitos. O de partir deste mundo serena e tranquilamente e o da educação dos filhos, da sobrevivência da família.

Já a moral é pessoal, é insindicável, o sujeito tem ou não tem. Nesse pressuposto, encontrado o desejo de morrer, a consciência moral do indivíduo vai permitir, determinar, apoiar essa decisão. Se a moral não aceitar a morte não vai ocorrer.

A cidadania, ou a nacionalidade, ou o ser-se cidadão do mundo não podem obstaculizar - apenas se admitindo excepcionalíssimas reservas muito especiais donde decorresse grave perda de interesse social, público ou global - para inviabilizar deixar a vida terrena a um ser que o deseje fazer quando um dos maiores problemas do planeta está no número absolutamente impensável de habitantes que ultrapassou largamente o racionalmente aceitável.

A morte não é cientificamente o fim mas será cada vez mais uma mudança. Tudo muda. O corpo vai se transformar em pó, em cinza, vai dar origem as umas ervas ou uma flor. A alma ou o espírito, continuará como uma das maiores incógnitas que não vislumbramos certificar ou conhecer, sendo que para uns morre com o corpo, para outros vai para um qualquer espaço do universo ou além dele e depois de um período sabático vai reincarnar num novo corpo, para outros de acordo com a vida terrena assim ela irá para os campos da felicidade e do amor eterno,ou para uma imortalidade de sofrimento e tortura. Creio que só depois de morto se saberá verdadeiramente, se efectivamente se sabe, e se acaso existe conhecimento, ele não transmitido aos que vivem. 

E é tudo tão complexo quando vamos para lá da matéria de que somos constituídos, que tudo o que escrevi pode estar errado ou certo, ou ser de modos completamente diferentes como alguns também proclamam.

A morte por livre e decidida vontade do homem tornar-se-ia a maior e mais profunda revolução na história da humanidade, desde que dela temos conhecimentos seguros. É absolutamente imprevisível tentar quantificar quantas pessoas abandonariam por sua vontade a sua vida no decurso de um mês, um ano, cinco anos, uma década, um século. 

Mas tenho a ideia que a diminuição da população no planeta começaria de forma regular e permanente, as sociedades iriam sofrer alterações profundas, os governos iriam alterar as suas prioridades,  as assimetrias entre pessoas e povos tenderia a diminuir, e depois de algumas convulsões, a vida na terra seria muito melhor, com mais qualidade, mais equilibrios, menos violências, e poder-se-ia pensar em reinventar um novo homem. Um mundo novo. Sem guerras. Com povos e nações mas sem fronteiras. Com um governo de sábios e pessoas preparadas à escala planetária. Uma constituição que teria um corpo principal aplicável por todos os povos e nações, e um corpo mais amplo que permitisse dentro da boa convivência a via boa com diferentes, credos, raças, culturas, e outras distinções existentes.

Não haveria liberdade no nascimento, mas uma festa de amor. E o amor não seria mais condicionado por espartilhos ideológicos, culturais ou religiosos, o que permitiria que o ser aprendesse a viver numa liberdade orientada que tomesse em conta a liberdade dos demais. A sociedade seria mais justa, menos competitiva, os grandes problemas que em milénios foram descurados deixariam de existir, pobreza, doenças, atentados à ordem que a ética e a moral sustentariam não sendo necessários tantos meios repressivos, de controle sobre as pessoas, nem instituições ou corpos de manutenção da ordem ou repressão. Os cidadãos seriam eles mesmos os responsáveis por cuidar da ordem no sentido a manter-se uma qualidade de vida elevada, a população ter assegurada os acessos a instituições ao serviço do homem em todas as áreas. 

A morte decidida terminaria com a desordem existente no planeta. Como a terra que está moribunda milhões de homem não vivem, apenas existem. Com o homem renovado, renova-se a terra e cria-se uma vida que vai valer a pena ser vivida e onde desejar a morte deixará de ser uma ideia imaginável, pois a vida teria um valor que todos potenciariuam por prolongar enquanto dela extraíssem amor.

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