29 novembro 2017



A vida são imensos conjuntos de momentos ou instantes que se adicionam e de repente deixam simplesmente de existir. Tudo foi demasiado rápido. Só a relatividade ou aqueles momentos que pareceram não querer findar nos deram em alguns marcos mais importantes da nossa vida a sensação de que permaneciamos e iriamos ficar. Como a borboleta, exatamente igual, a existência é pequeníssima, e tal qual como ela buscámos enquanto existimos e conforto e a beleza das cores e da luz, ou andámos perdidos no meio de sombras. Depois, quando tudo acaba começa a vida nas pradarias infinitas verdejantes ou nos bosques eternos. Só depois o amor prevalece. E seremos imortais. Neste instante somos partículas perdidas em busca de um sol doirado e do tal calor que o amor promete mas muitas vezes só existe em nós. Desejo muitas vezes encontrar o raio de luz. Sentir o calor. Dar asas aos sonhos. E sonhos às revoltas que os pensamentos não conseguem condicionar. É o que vale na nossa existência a irreverência, a dúvida, as perguntas e o caminho. Sabemos muito pouco mas muitas vezes parecemos papagaios debitando sacrilégios e doutos fazendo asneiras. Busquemos pois, o sol, as cores e o calor. A eternidade espreita. O amor ali nunca morre.

22 novembro 2017

JÁ SÓ OS LOUCOS POSSÚEM O DELÍRIO SUFICIENTE PARA SALVAR O MUNDO


HÁ QUE INCENTIVAR A IMAGINAÇÃO, OS SONHOS E OS DELÍRIOS. ELES PODEM REINVENTAR UM MUNDO DIGNO PARA O HOMEM




Admito que muitos de nós, muitas vezes ou em alguns momentos penasaram e construiram um mundo imaginado diferente daquele onde temos de viver. Creio que imaginarmos outro mundo, outro tipo de vida e de relacionamento entre povos e pessoas é natural, e mais frequente nos que não se reconhecem na vida tal e qual ela nos é imposta para viver. O mundo está sempre a mudar. Por fenómenos que nós não conbseguimos entender, por outros a que a ciência sabe definir e pela irreverência de muitos que ousaram dedicar a vida em luta por novas realidades. Há quem viva na lua por andar distraído, os que se afastam serenamente do que é o quotidiano e participam na existência, e há alguns que conseguem edificar um mundo onde vivem e que é exclusivo de uma construção imeginária onde se procurou proteção, ou decorar uma solidão assumida, ou simplesmente desfrutar de uma felicidade que a realidade nega e o sonho ou delírio sustentam. Admito que no nosso mundo, e no nosso tempo, muitos se afastem de uma mundo e uma vida em declínio e o seu mundo imaginário é a única forma de ser revolucionário silencioso e introduzir-se na irrealidade. Há muito irrealismo. Como há muita loucura. A minha dificuldade está em perceber o modo como muitos marginais e poetas, sendo escorraçados pelos que aceitam e retiram dividendos de um mundo sem valores, nem dignidade, conseguem edificar milheres de mundinhos imaginários individuais, onde não cabe nem a violência, nem a injustiça, nem a fome ou a pobreza. Ali pululam mundos com amor, Mas o amor não é uma irealidade se bem que esteja muito incompreendido e desprezado. O futuro do mundo real passaria inequivocamente em aceitarmos as diferenças, partirmos de sonhos e de ideias novas, e juntarmos os tais mundinhos de paz e afectos, de modo a transformar a realidade no que o imaginário mostrou e nos pode salvar. Muitos loucos conseguiram mudar o mundo. Precisamos de muita loucura. As políticas e as religiões, o racionalismo e o progresso, o desenvolvoimento técnico.científico não resolveram os grandes problemas que atormentam o mundo há milénios. Talvez esteja a chegar o tempo de experimentarmos um mundo de gente preocupada com outros valores e novas realidades, sem guerras, sem escravaturas, sem falsos código de leis que sempre servirão uns e condenam outros. Precisamos de paz, de justiça, de amor. Nada nem ninguém nos promete esses pilares de felicidade. Mas, o homem nasceu para ser livre, ter uma vida digna, e ser feliz. Chegará o dia em que vislumbramos o fim de tudo, pois de tudo temos dado cabo. Vamos perceber então, como os mundos imaginados necessitam ser reais, e como o homem tem de mudar, a vida tem de mudar, afinal, tudo é bem siimples, tudo é mudança.

03 novembro 2017

RECUAR, RECUAR, RECUAR,... E É-SE CATAPULTADO NO FUTURO




NÃO DEVEMOS OBSTACULIZAR A LIBERDADE DE MUDAR










Queria que num instante, inexistente, se desse a revolução absurda e a liberdae autêntica nunca consagrada plenamente ao ser humano. 

Quando o homem é livre?

Uns dizem que o homem nasce livre. Mas apenas uma fugaz ideia insustentável de liberdade se pode associar ao animal que nasce dependente de e para tudo e por imenso tempo de apoio e proteção de outém.

Não tem a liberdade ao nascer, pois nasce sem que seja possível atribuir ao novo ser aalgo que possa ser imputável ao momento do nascimento e ás condições em que foi gerado. Nada, absolutamente nada lhe é, apenas acontece e se tornará.

Durante a vida inteira - e tudo vai sempre depender de imensas circunstâncias - raramente poderá sentir-se verdadeiramente livre. Imensos factores vão determinar as suas características, a sua educação, os seus conhecimentos, cultura, religião, ideologia, a sua relação consigo e com os outros. Raramente estará livre do condicionamento que é constante e permanente do ambiente social, do meio em que vive, das condições físicas que possui, da sua consciência mora, ética e cívica, das exigências do tempo, do lugar, do espaço. O espaço de manobra efectiva é diminuto. Tudo foi programado, está organizado, formatado, pode iludir-se julgando a liberdade equiparável ao conjunto de decisões e opções que vai se deparar a todo o momento. Mas, mesmo entrando pelo caminho escolhido, abandona um onde estava condicionado por regras, comportamentos, por outro onde podem mudar as regras mas elas continuarão, elas vão sempre reduzir a sua liberdade.

Até a morte que é o único acontecimento absolutamente garantido ao ser que vive, lhe escapa entre as mãos, não lhe cabendo, ou tendo mesmo essa capacidade legal, de decidir o seu fim e como e quando deseja colocar termo na sua existência. 

É um absurdo um homem não poder decidir, livre e em consciência, quando e como deseja terminar. Querendo que esse fim seja de sua livre e responsável vontade.

Contra tal assunto que muito se discute e não é pacífico na generalidade dos países do mundo, dos civilizados aos menos desenvolvidos, dos onde a religião é oficialmente cuidada, respeitada e seguida aos estados absolutamentre independentes da religião, a morte, que é tão natural como a vida, torna-se, ou pode tornar-se um desejo insatisfeito, uma vontade não realizável, uma decisão que o homem quer concretizar mas que outros impedem, que a sociedade não permite, que os médicos rejeitam, que as religiões desaprovam, que as éticas, a moral a as cidadanias e outros factores inviabilizam.

Até para morrer o homem não é livre, a não ser que seja um revolucionário, e um agitador, um ser agressivo para consigo mesmo e tyenha de praticar contra si mesmo uma agressão ou violência tal que retira no acto final o valor e a dignidade que se pressupõe ter em vida.

O que a ética tem a ver se o homem deseja morrer num determinado momento, assume responsavelmente essa decisão, deixa clara essa vontade, e por motivos que são seus - deve ter que responder perante si e a sua consciência - e não devem ser levados ao crivo de outros?

A ética preocupa-se com a convivência, não é pessoal. A ética pode e deve ter aqui um papel se existirem razões objectivas e claras em que a morte de alguém é mais prejudicial a outros que manter-se vivo. O exemplo, hipotético, um pai pode decidir morrer eticamente num momento reprovável se dessa decisão resultyar um prejuízo grave aos filhos, à esposa. Pode, então sim, verificar-se um conflito de direitos. O de partir deste mundo serena e tranquilamente e o da educação dos filhos, da sobrevivência da família.

Já a moral é pessoal, é insindicável, o sujeito tem ou não tem. Nesse pressuposto, encontrado o desejo de morrer, a consciência moral do indivíduo vai permitir, determinar, apoiar essa decisão. Se a moral não aceitar a morte não vai ocorrer.

A cidadania, ou a nacionalidade, ou o ser-se cidadão do mundo não podem obstaculizar - apenas se admitindo excepcionalíssimas reservas muito especiais donde decorresse grave perda de interesse social, público ou global - para inviabilizar deixar a vida terrena a um ser que o deseje fazer quando um dos maiores problemas do planeta está no número absolutamente impensável de habitantes que ultrapassou largamente o racionalmente aceitável.

A morte não é cientificamente o fim mas será cada vez mais uma mudança. Tudo muda. O corpo vai se transformar em pó, em cinza, vai dar origem as umas ervas ou uma flor. A alma ou o espírito, continuará como uma das maiores incógnitas que não vislumbramos certificar ou conhecer, sendo que para uns morre com o corpo, para outros vai para um qualquer espaço do universo ou além dele e depois de um período sabático vai reincarnar num novo corpo, para outros de acordo com a vida terrena assim ela irá para os campos da felicidade e do amor eterno,ou para uma imortalidade de sofrimento e tortura. Creio que só depois de morto se saberá verdadeiramente, se efectivamente se sabe, e se acaso existe conhecimento, ele não transmitido aos que vivem. 

E é tudo tão complexo quando vamos para lá da matéria de que somos constituídos, que tudo o que escrevi pode estar errado ou certo, ou ser de modos completamente diferentes como alguns também proclamam.

A morte por livre e decidida vontade do homem tornar-se-ia a maior e mais profunda revolução na história da humanidade, desde que dela temos conhecimentos seguros. É absolutamente imprevisível tentar quantificar quantas pessoas abandonariam por sua vontade a sua vida no decurso de um mês, um ano, cinco anos, uma década, um século. 

Mas tenho a ideia que a diminuição da população no planeta começaria de forma regular e permanente, as sociedades iriam sofrer alterações profundas, os governos iriam alterar as suas prioridades,  as assimetrias entre pessoas e povos tenderia a diminuir, e depois de algumas convulsões, a vida na terra seria muito melhor, com mais qualidade, mais equilibrios, menos violências, e poder-se-ia pensar em reinventar um novo homem. Um mundo novo. Sem guerras. Com povos e nações mas sem fronteiras. Com um governo de sábios e pessoas preparadas à escala planetária. Uma constituição que teria um corpo principal aplicável por todos os povos e nações, e um corpo mais amplo que permitisse dentro da boa convivência a via boa com diferentes, credos, raças, culturas, e outras distinções existentes.

Não haveria liberdade no nascimento, mas uma festa de amor. E o amor não seria mais condicionado por espartilhos ideológicos, culturais ou religiosos, o que permitiria que o ser aprendesse a viver numa liberdade orientada que tomesse em conta a liberdade dos demais. A sociedade seria mais justa, menos competitiva, os grandes problemas que em milénios foram descurados deixariam de existir, pobreza, doenças, atentados à ordem que a ética e a moral sustentariam não sendo necessários tantos meios repressivos, de controle sobre as pessoas, nem instituições ou corpos de manutenção da ordem ou repressão. Os cidadãos seriam eles mesmos os responsáveis por cuidar da ordem no sentido a manter-se uma qualidade de vida elevada, a população ter assegurada os acessos a instituições ao serviço do homem em todas as áreas. 

A morte decidida terminaria com a desordem existente no planeta. Como a terra que está moribunda milhões de homem não vivem, apenas existem. Com o homem renovado, renova-se a terra e cria-se uma vida que vai valer a pena ser vivida e onde desejar a morte deixará de ser uma ideia imaginável, pois a vida teria um valor que todos potenciariuam por prolongar enquanto dela extraíssem amor.

01 novembro 2017

Reflexão sobre o que desconheço da ideia de independência da Catalunha



Podemos até ter uma ideia aproximada do fim de toda uma "aventura" que parece acabar mal, mas obrigatoriamente para percebermos a essência de todo este folhetim temos de ir à história, ir ao fundo, quando se levantou o problema e por que motivo existe. Não me parece fácil discutir este assunto. A comunidade internacional praticamente em bloco aniquilou as esperanças separatistas do povo da Catalunha, não reconhecendo o seu direito à independência e o governo espanhol - já é tradicional nos espanhóis - resolveram o caso rapidamente e em força. Sei que tudo começa por volta de 1460, quando Isabel de Castela casa com Fernando de Aragão e Catalunha. Os reis católicos vieram a conquistar Granada, e com exclusão de Navarra, que desconheço quando foi anexada à Espanha, foi, pode diozer-se unida a que conhecemos Espanha. Juridicamente o que se passou, desconheço? Do casamento resultou uma união de estados, um género de federação ou confederação? Há sempre o direito à autodeterminação dos povos? Os catalães são um povo? Uma nação? A Constituição de Espanha não diz tudo. Como a nossa Constituição de 1933 também não dizia, e Amgola, Moçambique e... tornaram-se independentes. E não se falou de Constituição, mas do direito legítimo dos povos das ex-colónias se governarem e serem independentes. Acho que nenhuma das partes deixou ou quis mostrar a legitimidade. O referendo que na minha modesta opinião é o acto mais participativo em democracia deveria ter sido feito e sob regras de máxima isenção. O governo de Madrid não deixou, não quis saber o que os catalães pensam. E os catalães também não me parece que em grande rigor se preocupassem muito com a divisão profunda que existe no seu próprio território. Para mim, que sou livre de expressar-me acho que quando os povos desejam ter autonomia e ela se fundamenta em razões históricas válidas, não é o texto constitucional de quem oprime que valora sobre o desejo de liberdade. Mas também entendo que cada vez faz menos sentido com a magnitude dos problemas que se vivem no globo, ambiente, guerras, pobreza, assimetrias regionais profundas, se fuja exatamente da única solução que posso vislumbrar eficaz. Deixar as fronteiras e os países por questões simbólicas, tradicionais e históricas, mas desarmar o mundo e existir um governo global com armamento convencional. Tal governo deveria ser composto por homens de ciência, sábios, pensadores, místicos, filósofos, gente que trabalha em grupo e que procura em conjunto soluções. Os políticos e as religiões levaram o mundo ao abismo total. Quanto tempo mais temos de vida na terra? Uma geração? Duas? E andamos a discutir coisinhas de uns e de outros. Andamos a fabricar armas e vender para manter guerras. Não me parece o caminho. Eu sou um homem simples, mas acho que chegou a hora das pessoas perceberem que há milénios que andam enganadas por gente que as tem conduzido a um beco sem qualquer saída. O homem tem de mudar. Só a paz, o amor, a justiça alimentarão um homem renovado, alterará nações e povos e permitirá que todos juntos tentemos ainda, e em desespero, cuidar da terra. Parece-me. Honestamente a Catalunha é um fait-divers. E vivemos inundados de coisas para nos distrairmos do essencial. Essa foi sempre a tática do caminho do mundo.

A Gente Vai Embora 🙏🏼