09 agosto 2016

POLA LEI E POLA GREI





Pela lei e pelo povo

Confesso que D. João II, com o cognome de Príncipe Perfeito foi para mim um grande monarca da história portuguesa. A ele só junto o nosso primeiro rei que fundou Portugal e teve uma vida cheia de combates contras os mouros, de conquistas de cidades e castelos, sendo para o seu tempo, um formidável guerreiro que conseguia mobilizar e deslocar-se nos territórios com uma agilidade impressionante. Curiosamente D. Afonso Henriques foi o nosso rei com maior longevidade, o que também não deixa de ser expressivo tendo em conta o tempo em que viveu. Já D. João II, depois de um curto reinado cheio de êxitos e glória, morre em circunstâncias duvidosas com 40 anos.
Impressiona-me em D. João II o que ele era, o homem, a sua capacidade para ser dedicado e leal, como o foi a seu pai, a quem carinhosamente ajudava nas suas trapalhadas de rei benevolente, bom homem mas um pouco brando demais e simples, tanto que apesar de D. Afonso V ter abdicado do trono, o seu filho só assumiu em absoluto as suas funções reais depois da sua morte. O que ele sofreu quando a sua irmã mais velha, a Princesa Joana (Santa Joana Princesa) a quem amava imenso quis ir para um convento. Quanto não lhe pediu, quantas vezes se deslocou com as suas fúrias ao covento, e brigaram, mas a Princesa tinha dele tudo e acabou fazendo o que se propusera com muita mágoa para el-rei. E como ele se sentiu só, e sem poder quando seu pai morreu, dizendo que aquele lhe deixara de herança as estradas do país. A alta nobreza não o suportava, ele era um jovem duro, lutador, amava a lei, amava o povo, era inteligente, era audaz, era um construtor e não partilhava dos prazeres a que a nobreza se ocupava. E perante ameaças de traição e de conspirações para o matar, ele desencadeou uma campanha que só terminou com a nobreza dominada, tendo ele ,próprio, por suas mãos morto seu primo o Duque de Viseu, D. Diogo, e mandado executar muitos outros nobres.
Depois dedicou toda a sua vida à maravilhosa epopeia dos descobrimentos, que acompanhava directamente lidando com navegadores, matemáticos, astrónomos, físicos, cartógrafos e outros homens de ciência. No seu reinado se ultrapassou toda a costa ocidental de África, e preparou minuciosamente a viagem à Índia.
Não vê a concretização da sua obra pois morre em Alvor em condições misteriosas que muitos atribuem a um envenenamento.

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