13 abril 2016

UMA BOA GUERRA DIGNIFICA QUALQUER CAUSA






Hoje foi um dia pesado. Difícil. Entrei no Face escrevi um pouco. coloquei umas fotos e fui como disse num post DESCANSAR. Quando falo em descanso é debruçar-me sobre mim, deito-me normalmente, sinto o calor a invadir o meu corpo e certamente a dar alento ao coração e falo comigo mesmo. Obrigo-me a reflectir e isso me ajuda, sobre mim, sobre os que me estão mais perto, e sobre as tradicionais questões do dia a dia de um ser que vive em sociedade.




Normalmente esse tempo de descanso acaba por me trazer paz. E eu da coisa que mais necessito é de paz. E toda a vida, de um modo geral, tive dificuldade em a encontrar de uma forma estável, sólida e duradoira. Às vezes chego a pensar que atraio os problemas e até amigos meus me acusaram de estar sempre envolto em escaramuças.




Agora que me sinto doente e cansado penso muitas vezes se deveria ter sido de outro jeito para com as coisas e os factos que me caíram na frente ao longo da vida. Se deveria ter dito que sim quando pensava que o caminho certo era dizer não. Se devia ter calado quando os meus valores da ética e da moral exigiam que mostrasse desacordo. Se devia ter deixado pisar gente que ajudei sem ter qualquer interesse pessoal envolvido a não ser lutar contra a injustiça, a prepotência e o abuso de poder. Se devia curvar-me perante gente profissionalmente ou socialmente de estatuto poderoso, ou fiz bem em revoltar-me sem olhar aos riscos muitas vezes. 

Interrogo-me muitas vezes e percebo que tudo tinha sido diferente. 




Podia ter ido mais longe, podia ter outra vida mais desafogada e socialmente mais aceite. Podia não estar doente. Podia tudo isso se tenho aceite viver como os outros querem que as pessoas vivam.
Mas eu quis viver à minha maneira, isto é, respeitando escrupulosamente as regras e princípios que me foram dados na minha educação.





O meu pai, venero a sua memória, disse-me muitas vezes: "Pedro, tu não podes mudar o mundo, mas se lutares por isso, poderás ajudar a mudá-lo


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Essa frase matraqueou-me toda a vida os pensamentos e condicionou o meu modo de agir. Percebi que é preferível ser pequeno mas ser honrado, do que ser grande mas cheio de mau cheiro. E mantive ao longo da vida princípios que hoje praticamente de nada valem; nunca traí um amigo e muito menos lhe espetei facadas pelas costas para daí colher qualquer tipo de benefício. E nunca prejudiquei uma pessoa pelo simples motivo de não gostar dela, ao contrário perdi amigos que não perceberam a diferença entre a amizade e as características de cada pessoa. Eu posso ter amizade por um individuo que é mau em determinada coisa. E vou manter essa amizade e querer-lhe bem. Mas não posso por seu amigo prejudicar outrem mantendo que o meu tal amigo é muito bom exactamente onde reconheço que pouco vale.




Todas estas coisas pagam-se na vida. Se um indivíduo não é do sistema é catalogado de imediato de ser do contra. Se um indivíduo defende direitos das pessoas é comunista. Se não alinha com coisas duvidosas e não merece por isso confiança, não é uma pessoa flexível. Enfim, foi uma vida dura, vivida intensamente, cheia de lutas e raramente do lado dos mais fortes e vencedores.
Ainda penso muitas vezes que se o meu pai não me colocasse no espírito aquela máxima eu hoje seria outro. Estaria melhor, provavelmente de plena saúde e sentir-me-ia mais querido e teria mais amigos.





Mas há uma coisa que sempre acaba me dando uma certa tranquilidade pelo menos moral, é que em cada manhã, quando me olho ao espelho não tenho vergonha de do que vejo.




O que tenho, pouco ou muito devo-o a mim. Aonde cheguei, perto ou longe fui eu que tive de lutar para alcançar. Nunca pedi nada a ninguém. 




Conquistei a minha liberdade no trabalho duro, e trabalhei 40 anos. Estou só. Tenho que assimilar isso de modo positivo e não como uma desgraça qualquer. Mais vale só que mal acompanhado. E acreditar que talvez um dia alguém acabe percebendo os meandros e as loucuras de uma vida que teima em seguir lutando.




Nos meus sessenta anos de vida tive de lutar sozinho cerca de quarenta. Travo, neste momento uma batalha muito dura e contra adversários muito poderosos que quero vencer. Posso dizer com muita serenidade que mesmo doente e fragilizado, não tenho medo algum dos que me tentaram prejudicar seriamente e andaram a brincar comigo como se eu fosse um menino de escola. Aprendi na vida a lutar por cada coisa, e não tenho nada a perder desta vez. Como dizia Nietszche "UMA BOA GUERRA DIGNIFICA QUALQUER CAUSA".




Hoje, quando estava na cama, quentinho a descansar, revi todos os passos de um conjunto imenso de batalhas que já encetei contra os que atentaram contra a minha dignidade de pessoa, e continuei trocando impressões com o meu Deus sobre a arte da guerra, em que o mal vai desfazer-se como um castelo de areia.




Descansei, foi pesado, sonho com a paz... Para isso tenho de vencer esta guerra. Vou descansar outra vez.




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