18 janeiro 2012

Inevitavelmente... só pode ser amor




O sol está lindo. Lá no alto de um céu incrivelmente azul. Está frio. O inverno é inevitável, acontece, todos os anos, é assim, mas olhando pela vidraça o que vemos nos apela a sair. E, depois cá fora, ao ar livre, incrível, parece primaveril o dia, e o beijo da temperatura é ameno.

Ouve-se a passarada, pulando e esvoaçando entre os galhos dos arvoredos. A natureza está cheia de encanto. A tranquilidade é ambaladora e imensa. Eu estou bem, estou feliz. O dia está para mim, rigorosamente como eu o sinto cá por dentro de mim, igual, bem junto ao coração, ou escutando a alma. Belo.

Depois de uns dias intranquilos - quem sofre de mal de amores sempre se arrisca a sobressaltos - sinto-me bem, estou confiante, acordei bem disposto, e saí para a rua transbordando de contentamento e confiança.

Soube que a minha estrelinha doirada foi com a sua nova amiga para muito longe, para lá, segundo me descreveu, daquilo que se pode alcançar, estando no cimo do céu, e lá, nessa distância de vários mundos, terá encontrado alguém, que sorriu descontraidamente, que mostrou satisfação, quer com a mensagem que suave e baixinho me deixou segredar junto ao ouvido, bem como parece ter-se deliciado com os já famosos beijinhos brincalhões e travessos que sempre lhe confio cheios de ternura.

Reconhecia para mim, e me fez bem, que tendo passado por tormentosos dias de um vazio intenso e imensa escuridão na alma, uma falta de inspiração assinalável, e uma angústia constante, parecia subitamente miraculoso, que por fim, em algum espaço deste cosmos vastíssimo, existe alguém, que me aceita bem e que sorri à minha declaração de um amor eterno.

Mesmo que, sejamos francos, tudo isto se passe, já sabemos, num imaginário que poucos poderiam aceitar por válido, em que são intervenientes principais, uma estrela, dessas que podemos ver nas noites, brilhando no escuro e uma princesa de um lugar que ninguém conhece, e que a dormir, sorri.

Creio mesmo que ninguém, em seu perfeito juízo acreditará em semelhante história. Uns pensarão de mais um conto quixotesco ou uma divagação hilariante isenta de fundamento. Outros não deixarão de se rir de tanta patranha. Sei, estou perfeitamente convicto que muitos julgarão que perdi de todo o sentido do real, e estou perdido, numa delirante loucura sem qualquer hipótese de cura.

Mas, apesar de tudo, e mesmo admitindo que parte do evento possa configurar uma hipotética situação de fantasia pura, confesso que não me preocupam tais opiniões,

Ontem, toda a gente das cercanias, olhou o céu, e viu a minha estrela. Não existem dúvidas, tal facto ficou até tecnicamente comprovado, segundo os mais modernos e rigorosos meios que a ciencia dispõe, e existem mesmo, e estão para sair em revistas da especialidade, fotografias tornando real o que parecia fenómeno.

Estou bem e estou feliz. Tranquilo. E mesmo que meio mundo grite bem alto que tudo o que descrevo é irreal ou impossível, eu sei, sinto, tenho a certeza, não me restam quaisquer dúvidas, que a minha princesa ontem à noite sorriu quando a minha estrela lhe disse ao ouvido:

- Ouve, princesinha linda, o meu amigo, adora-te. Sonha contigo. Pensa-te. És precisamente tudo o que ele imaginou e quer. Ele uma dia vai chegar, voará e ultrapassará todos estes céus, para ficar a teu lado até ao fim do mundo.

Isso, esse sorriso, para mim só pode ser uma manifestação simples e natural de amor. E, se a princesita do outro lado do mundo sorriu, e se mostrou satisfação ao ser tocada por todos esses beijos que a estrela transportou, conforme testemunhou a minha estrela, quem são os demais para levantar dúvidas?

Inevitavelmente, algo imensamente belo, lindo, maravilhoso como o que se passou com a minha princesa, ontem à noite, só pode ser amor.







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