Aqui, como num baú de madeira escondido no porão de uma qualquer caravela, poderia guardar pensamentos, textos, em prosa ou em poesia, ou colocar fotografias que um pouco anarquicamente e sem técnica ia tirando nas minhas incursões pelo meu jardim, nos meus passeios nas redondezas buscando a paz num caminho cheio de natureza e tranquilidade, ou numa ou noutra viagem atrás de lugares com magia, ou coisas merecedoras de espanto. Poderia assim, mostrar a quem por aqui passasse lugares que desde sempre me tocaram e contemplo há muito, e outros que visitei e recolhi com a minha maquineta dos retratos, pessoas cuja importância não posso ocultar e coisas a que não consegui ficar indiferente.
De outro modo milhentos pequenos feitos rapidamente cairiam no meu esquecimento, e algo que eventualmente pudesse criar com mais alguma valia, seria seguramente levada pelos ventos, pelo tempo ou perderia o brilho, mesmo que ténue fosse, num céu sem fim, privado de estrelas.
HOJE, COLOCO A MINHA MENSAGEM 100
E, enquanto escrevo algo para marcar com a solenidade que merece tal número na vida de qualquer coisa deste mundo, o sensacional evento, para dar-lhe uma memória, torná-lo acto bastante, constato coisitas bem simples, mas simplesmente, também, verdades. Por exemplo;
- O tempo, enquanto fui aqui colocando mensagens, não deixou de correr e, se é bem verdade que os dias e as horas não parecem ter a mesma duração, não se parecendo iguais, foi com a precisão dos maquinismos mais exigentes no toque e no rigor, que tudo passou, iguais, com a mesma batida, hora após hora, e dia após dia.
- Com o tempo a passar, com o “Kampus de Ideas” aberto a um mundo imenso, e com algum amor-próprio, e afinal alguma validadezita que os humanos sempre justificam para crescer sorrindo, exigindo, na falta de melhor, que pelo menos deveria cuidar da criança entretanto nascida, sendo razoável, e elementar, fazer, fazer alguma coisa. Foi o que aconteceu, a pouco e pouco, mensagem atrás de mensagem, mais uma foto aqui e outra acolá, tudo foi crescendo, crendo eu, arriscaria em assumir que este devaneio internauta está, se não na idade adulta, num período exuberante e alegre de puberdade.
- A promessa de algo um pouco difuso que ia colocando timidamente no computador transformou-se num blogue, respira, tem corpo, (qualquer dia vai às sortes), com cor, com palavras e imagens, com visitantes, conhecidos e desconhecidos, a espreitar vindos sabe-se lá donde.
Posso afiançar, depois destas 100 mensagens, que me sinto muito bem, sinto que produzi alguma coisa, que guardo neste espaço sem limites e que partilho sem reservas com quem queira aparecer por aqui.
Uma despreocupada abordagem do que fui capaz de fazer, sem sujeitar-me a excessivos rigores, e da vida quotidiana de todas estas coisas aqui colocadas, leva-me a enunciar alguns dados que me parecem possuir maior destaque. Tais como:
- 100 mensagens e cerca de 400 fotos
- 3876 visitas de pessoas de 68 países
- 936 visitantes de Portugal (45,7 %)
- 397 visitantes da Colombia (19,4%)
- 148 visitantes do Brasil (7,2%)
- entre outros países tive visitantes de países como o Vietname, Guadalupe, Letónia, Coreia, Quénia, Palestina (Territórios Ocupados), Líbia
- visitantes de língua portuguesa – 1086
- visitantes de língua castelhana – 724
- visitantes de língua inglesa – 136
- dia mais visitado com 100 visitas
- dia com mais visitantes com 45
Só poderia estar aqui escrevendo tudo isto, porquanto fez-se realidade um sonho de há muito tempo, e o “Kampus de Ideas” é uma realidade, está vivo e cheio de vontade de prosseguir. Só foi possível porque desde a primeira hora, e em boa verdade mesmo antes dela, pessoas várias me incentivaram, primeiro a construir um espaço assim, e depois a manter-me atento, interventivo, criador, na labuta que sempre exige algo que desejamos permaneça interessante aos olhos dos que nos visitam.
Se não deixa de ser verdade, que muito do fazemos é construído para satisfazer as nossas pequenas vaidades, não deixa de ser verdade que o acto de estarmos partilhando sem qualquer limites ou controle, com todos que entram aqui, nos obriga a ir mais longe, a não parar, a não desistir. Estamos debaixo de olhares, de críticas, da nossa arte e engenho dependerá o interesse para os demais deste blogue, e por isso temos de seguir esta viagem que um dia, cheio de sonhos, começámos.
O caminho tem altos e baixos, a viagem decorre uns dias melhores outros com menos proveito, assim é a nossa vida também. Mas o que é verdadeiramente importante é este caminho que percorremos juntos, eu e todos aqueles que sinto por detrás de números que não param de crescer, ou das bandeirinhas coloridas que embelezam os meus contadores. Eu e alguns que conheço, e uma incrível maioria que desconheço, nunca vi, nem sei donde são, nem onde algumas vezes se colocam numa carta os seus países, somos quem dá vida a este espaço que procuro manter interessante e meu, muito meu no acto de criar – apenas as músicas e alguns pensamentos não são da minha autoria. Depois, colocada uma mensagem, uma foto, tudo deixa de ser objectivamente meu para se tornar de todos, de um espaço inimaginável e sem limites.
A esses todos, que conheço, que me inspiram, e aos que não imagino mas sei que estão aqui, deixo o meu agradecimento. Sem todos eles, teria desistido, teria abandonado de encher a arca com coisas minhas que partilho, estaria seguramente mais só, menos criativo e menos empenhado em fazer. Algo, que com muita alegria faço para mim procurando que possa produzir um pouco desse contentamento aos que me visitam
Muito obrigado a todos.