13 junho 2009

CONÍMBRIGA – Cidade Romana










Romanização da Península Ibérica

A invasão romana da península Ibérica iniciou-se durante a Segunda Guerra Púnica (218 a.C.-201 a.C.), quando as legiões romanas, sob o comando do cônsul Cneio Cornélio Cipião, procuraram atacar os domínios e interesses de Cartago.

A estratégia do Senado romano visava, desse modo, a enfraquecer as forças cartaginesas e a sua influência, afastando também, cautelosamente os exércitos de Cartago da própria Roma.
A derrota dos cartagineses não determinou a ocupação pacífica da
península Ibérica.

Registraram-se confrontos com tribos de nativos, donde ressaltam os Lusitanos, conflitos que se estenderam até 138 a.C.. A guerra lusitana foi intensa tendo atingido o seu auge na disputa dos territórios mais prósperos, especialmente na região da actual Andaluzia. Os Lusitanos foram liderados por Viriato que infligiu duras derrotas às tropas romanas tornando aquele lutador um mito da resistência peninsular.







A Pax Augusta é concretizada no séc. I. Com Augusto também se fez sentir na península a pacificação e com a finalização das Guerras Cantábricas, as legiões romanas vieram a ocupar a região norte da península.

Na península Ibérica, a romanização acompanhou a evolução da conquista, tendo progredido desde a costa mediterrânica até ao interior e à costa do Oceano Atlântico. Nessa aculturação relevaram a expansão do latim e a fundação de várias cidades, tendo como protagonistas os legionários e os comerciantes.

A língua latina acabou por se impor como língua oficial, funcionando como factor de ligação e de comunicação entre os vários povos. Começaram a deixar as montanhas e a surgir nos vales ou planícies, as novas cidades, com casas de tijolo cobertas com telha. Surgiram, deste modo, com os Romanos, Braga (Bracara Augusta), Beja (Pax Julia), Conímbriga e Chaves (Aquae Flaviae).










Na indústria destacaram-se a olaria, as minas, a tecelagem, as pedreiras O comércio prosperou, surgindo feiras e mercados onde se vulgarizou a circulação da moeda. Surgiu uma extensa rede viária – "calçadas romanas" - que ligava os principais centros urbanos.

A influência romana foi profunda e fez-se sentir, sobretudo a sul, também na religião e nas manifestações artísticas. Os mercenários, os grandes contingentes militares romanos, as chefias militares e a imigração de romanos para a Península, com a concessão da cidadania romana, determinaram o êxito daquela influência de que não faltam vestígios.

Depois da conquista, a província foi integrada no Império Romano e dividida administrativamente em três partes: Tarraconense, a Norte e Nordeste, até aos Pirinéus; Bética, a Sul; e Lusitânia, com capital em Emerita Augusta (actual Mérida), estendia-se entre os rios Douro e Guadiana.









Conímbriga

Conímbriga – que dista cerca de 15 km a SW de Coimbra, no centro de Portugal, é uma das raras cidades romanas existente no território português, que conserva bem visível a cintura de muralhas, de forma sensivelmente triangular. A cidade dividida em duas zonas é particularmente notável pela planta, edifícios públicos, inúmero casario e pela riqueza dos mosaicos que a pavimentam.

Antecedentes – Alguns estudiosos consideram a primitiva ocupação humana neste sítio a um castro de origem Celta da tribo dos Lusitanos. Sabe-se resultado da campanha de escavações de 1913 que se encontraram testemunhos da Idade do Ferro, a eles podendo juntar-se peças de pedra e bronze que podem fazer recuar o início da povoação do local. Assim se relacionando o povo conii, o que para muitos explicaria a origem do topónimo actual de Coimbra, com a cultura megalítica da região sul de Portugal.









A ocupação romana – Conímbriga localizava-se na via que ia de Olisipo (actual Lisboa) a Bracara Augusta (actual Braga). Foi ocupada pelos romanos durante as campanhas de Décimo Junio Bruto, em 139 a.C.. No reinado do imperador César Augusto (século I), a cidade sofreu importantes obras de urbanização, tendo sido construídas as termas públicas e o Forum. Nos finais do século IV, e com o declínio do Império Romano, foi construída uma muralha de defesa urbana, com cerca de mil e quinhentos metros de extensão e, olhando a sua construção pouco cuidada, evidenciando um clima de tensão e de conflitos com os povos bárbaros.

As invasões bárbaras – Em 464 os Suevos assaltaram a cidade, vindo a destruir parte da muralha em novo assalto, em 468. A partir da vitória dos Visigodos sobre os Suevos, a cidade acabou por perder o seu estatuto de sede episcopal para Aeminium (hoje Coimbra) perdendo progressivamente a sua importância.

A pesquisa arqueológica – Este sítio foi habitada pelo menos desde o séc. IX a.C. e até ao séc. VII-VIII. Quando os romanos aqui chegaram, na segunda metade do séc. I a.C., Conímbriga era um povoado florescente que vai romanizar-se rapidamente transformando-se numa grande e próspera cidade, devido, sobretudo, à paz que se pode observar na Lusitânia.

“Nas primeiras escavações arqueológicas em 1899 mostra-se toda a área contígua à muralha Leste, colocando a descoberto, extramuros, as termas públicas e três vivendas. Entre estas últimas, destaca-se a chamada Casa dos Repuxos, com uma área de 569 m², pavimentada com mosaicos e com um jardim central onde se conservava todo um sistema de canalizações com mais de 500 repuxos. Na zona interna à muralha as escavações revelaram uma basílica paleocristã e uma luxuosa vivenda com termas privativas.









As escavações revelaram ainda um fórum augustano, demolido na época dos Flávios, altura em que a cidade recebeu um estatuto municipal, para dar lugar a um novo fórum de maiores dimensões e monumentalidade; e umas termas, também construídas no reinado de Augusto. Entre estes sectores monumentais foi escavada uma zona habitacional, da época claudiana, constituída por insulae que seria ocupada pela classe média da população ligada ao artesanato. A partir de uma nascente localizada em Alcabideque a água era conduzida até Conimbriga por um aqueduto.

Em meados do
século XX, a partir de 1955 o ritmo das investigações intensificou-se. Os abundantes materiais arqueológicos de toda a espécie, que não era possível conservar no local encontram-se no Museu Monográfico de Conímbriga.” (Wikipédia)

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