10 maio 2009

HACERLO, LIBREMENTE…

Se amar é tão natural, poderíamos dizê-lo, como alimentar-nos, ou como o descanso que temos de realizar em cada dia, porque teimamos em esconder-nos de nós próprios, e dos outros, amedrontados em entregarmos o que é a nossa essência e o que esperamos ansiosamente em cada segundo fazer explodir dentro de nós?

O mundo gira vertiginosamente há milhões de anos catapultado por explosões de variadíssimas intensidades pulverizando ares, terra e céus, e sóis, de partículas inebriadas, dispersas, livres, sem metodologias nem regras, carregadas de amor.

Existem milhões de códigos, um sem fim de tratados assinados e esquecidos, leis e regras, e convenções. Gastam-se em cada dia, rios de tinta, montanhas de ilusões, toneladas de letras onde vivem esperanças e buscas por mundos melhores, por vivencias mais harmoniosas, por um existir pleno.

E as pessoas esquecem que amar é a particulazinha mais rica que existe e que não podemos ignorar. Do amar, da soma extremamente simples que resulta de uma entrega sem interesses com um receber avidamente esperado, parte inevitavelmente o avanço, a expansão da coisa. Que tanto pode ser limitado ao que de maior existe em todo o universo; o homem, como aos mundos e universos. Cada vez que se faz, que se concretiza um acto de amor, repercute-se inevitavelmente, um avanço, um salto, um movimento para diante.

Amar é tão simples e lindo como um pôr do sol, ou um amanhecer, uma aurora prometedora de momentos belos, é a simplicidade magnificamente bela e complexa da flor que encanta e espalha cor e alegria. É estar vivo, o acordar em cada dia, a vista, o sentir, o tocar, o ser.

Aterradoramente, sente-se espalhando suas influencias, nem sempre as mais desejáveis, uma globalização que entre mundos vai (des)harmonizando trocas, coisas, lugares, poderes, interesses. Só o amor parece resistir a globalizar-se, a sair fresco e aos pulos do peito, buscando ávido, perder-se, em cada esquina, nos campos, nas praias, de noite ou de dia, entregando-se, com um descompassar intenso, - amar tem como salutar estes descontrolados batimentos de coração – a uma realização explosiva que alimentará a alma e vitaminará o corpo.

Amar é preciso. Amar é uma exigência do homem. Podemos passar sem emprego, mas dificilmente dormimos bem sem a lembrança de um beijo ou o suor de um corpo que esteve colado ao nosso. Podemos coleccionar arte, cultura, garrafas de vinho, contas bancárias cheias de filas de carrinhos de mão carregadinhos de moedas, que de pouco tudo isso vale se não podemos olhar uns olhos ao nosso lado e pudermos dizer baixinho; “como vais querida?”
Amar é essencial. Deveria cuidar-se a sociedade civil, que os partidos e outras patranhas e o seu poder instituído fogem do homem – e do bem estar geral - como o diabo da cruz, de instituir formas organizadas de cultivar amor, de fazer explodir amor, de falar e cantar do e o amor. De fazer as pessoas amar, se amarem, se darem e se entregarem.

Amar é tão natural… como estar vivo, ou acordar.

Olhem a foto. É a natureza que nos mostra, livremente, sem tabus, sem condicionamentos, sem hipocrisias, que a entrega é parte de uma existência, e é bela, é necessária, existe, em cada um e em todos nós.

E cada vez que existe entrega, o mundo, o ser, a coisa, pula, salta, levanta-se e avança. Um mundo sem amor, é uma incompreensível amálgama de inexistências, de uma rejeição ao caminhar, uns olhos que teimosamente apostam seguir cerrados, fechados à luz e à vida.

O amar é a saída… para a crise da economia, para a decência universal, para a globalização, para o sucesso dos estados e das individualidades, para nos encontrarmos enquanto pessoas.

Olhem a foto… é tudo tão natural, mesmo ali, à frente dos nossos olhos. E seguimos não nos querendo entregar, sacrificando a vida a um caminho sem brilho nem cor. Porque parece que amar faz mal, é coisa causadora de infortúnios, loucura de poetas loucos, delírios de inexistentes que por aí deambulam sem rumo.

Amem… sem amor, não existe nada. Nem se vive. Somente se existe entre cinzas e escuridão, enganos e ilusões.

Amem.


Este pequeno tratadinho, sem pretensões académicas ou quaisquer outras, é uma explosão de sentir de um poeta louco. Afastem-se de gente assim, longe de tudo, no espaço e no tempo, foragidos… O título é escrito em castelhano, um pequeno gesto que pretende revelar muita estima e um agradecimento a tantos visitadores e amigos de “latinoamérica” que falam espanhol. Só lamento não poder ofertar um pouco mais, mas o que vou fazendo, está dentro de mim, sou eu… me entrego aqui. Obrigado e um abraço com muito carinho

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