12 março 2009

Um olhar mais...



Badajoz, Espanha... 2008.NOV. Foi um espreitar... de repente senti que não devia continuar. A arte é ou deve ser, como a escrita, que como tão bem dizia Niestzsche, devia ser escrita com o próprio sangue.

A democratização do conhecimento e aí, com o devido relevo - que a alma também necessita alimentar-se - da arte, é essencial. Neste caso, como ali naquela belíssima cidade da raia, os quadros da galeria, através da janela, tornavam-se acessíveis aos que por ali passavam. Bastava olhar, ver, sentir. Aquela timidez que tantas vezes nos priva de aceder a tanto, ali deixava de fazer-se sentir.

Clickei... mas senti, depois, uma amargura intensa. Quantas vezes o belo está assim tão perto e não o vemos. Outras vezes olhamos e não deixamos entrar o que nos pode dizer. E a arte, e as maravilhas que o homem cria, devem acompanhar-nos em cada instante, para que o homem, enquanto ser maior, nunca possa esquecer as suas efectivas capacidades que quase não têm limites. Nada justifica que se perca tanto poder em desvios, em destruição, em manter interesses mesquinhos e pouco rcomendados. Como cheguei... parti. Sem dizer adeus.

Mais um vez senti que ficava ali, mais uma parte de mim. As nossas buscas, quando efectivamente realizadas com ânimo, com entrega, sempre nos garantem algo. E por isso bebemos em cada fonte do caminho, e por ele seguramente também ficam as marcas do nosso andar.

E continuei a seguir, inquieto, essa caminhada por ruas de Badajoz. Olhar... ver

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